Segundo sindicato, postos recebem combustível da Petrobrás com 87,63% do preço final já definido, o que “exime” a culpa dos varejistas pelo alto preço
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos-RN) divulgou nesta quinta-feira 28 como é composto o preço da gasolina no Rio Grande do Norte.
De acordo com a nota, os postos recebem o combustível da Petrobrás com 87,63% do preço final já definido, o que “exime” a culpa dos varejistas pelo alto preço visto nas últimas semanas em Natal.
A entidade, que representa cerca de 650 revendas de combustíveis no estado, afirmou que a sequência de reajustes dos custos da gasolina nas refinarias foi o que mais impactou o aumento no preço para o consumidor final.
O valor pago nas refinarias da Petrobrás representa cerca de 25% do custo dos postos e, além dele, também são contabilizados custos com ICMS e Fundo de Combate à Pobreza (29%); Impostos Federais, como PIS, Cofins e Cide (14,13%); etanol anidro adicionado (14%); frete de Guamaré até Natal (1,5%); além da margem da distribuidora (4%). A margem bruta das revendas que ficam nos postos representa cerca de 12,37%.
A Sindipostos-RN explicou ainda que, dentro dessa porcentagem de margem bruta (12,37%), ainda são retirados todos os custos de funcionamento do posto, como: salários de colaboradores, energia elétrica, IPTU, licenças ambientais, serviços agregados, etc. “Os dados, que são todos públicos, deixam claro que as revendas não podem ser responsabilizadas pela alta ou mesmo pela baixa de preços.
Nossa margem bruta média é de pouco mais de 12%. O preço que chega às bombas já é alto. E não somos nós que o fazemos”, informou ao Agora RN o presidente do Sindipostos-RN, Antônio Sales.
Nos últimos dois meses – entre os dias 6 de dezembro de 2020 e 27 de janeiro de 2021 – a Petrobras anunciou um total de 20% de reajustes de preços da gasolina nas refinarias.
O último reajuste, de 5%, foi anunciado na terça-feira 26. Segundo a Petrobras, os valores têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.
No mesmo período, foi visto uma variação de preço médio de 9,39% nas bombas em Natal, o preço saiu de R$ 4,748 para R$ 5,19. O impacto no bolso dos potiguares já é sentido. À reportagem, Thiago Assis, que trabalha em Natal e mora em Parnamirim, disse que gasta quase R$ 800 por mês de gasolina. Considerando que os ganhos dele são em média R$ 3 mil, é muito. “Com esses dois aumentos seguidos, é certo que logo estarei deixando um salário-mínimo inteiro no posto”, relatou o profissional liberal.
Recentemente, o secretário de Tributação do Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo Xavier, comentou sobre o aumento nas redes sociais. “Mais uma vez, após aumento expressivo no preço dos combustíveis por parte da @petrobras, rodam vídeos nos grupos de WhatsApp culpando o @GovernodoRN pelo fato do combustível aqui no RN supostamente ser mais caro que nos demais estados vizinhos”. E fez ainda o esclarecimento: “Mais uma vez cumpre esclarecer que as alíquotas de ICMS que incidem sobre os combustíveis no RN são iguais às cobradas nos demais estados do NE. Portanto, não é a tributação estadual que justifica essa discrepância…”. Como é composto o preço da gasolina em Natal 25% – Valor pago à Petrobras pelo litro da gasolina A, nas refinarias 14% – Valor do etanol anidro adicionado 14,13% – Impostos Federais (PIS, Cofins e Cide) 29% – ICMS + Fundo de Combate à Pobreza 1,5% – Frete Guamaré-Natal 4% – Margem da Distribuidora 12,37% – Margem bruta das revendas (postos)
Agora RN